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17 de agosto de 2020

POESIA VELEIRO DOS CASTIÇAIS

VELEIRO DOS CASTIÇAIS
*Zeca da Silva

A erva fora mais verde
E mais amargo era o mate
E quem contava os empates
De carreiradas e intentos
Revia em seus momentos
Em visão continentina
Vazadas pela retina
Mas fora naqueles tempos

Naqueles tempos era apenas um sonho
Uma ação desgarrada
Que a poeira da estrada
Não apagava seu rastro
E tinha um cheiro de pasto
Com um alarido medonho
E por face de um risonho
Já parecia certeza
Entalhada pela beleza
E revelada em um sonho

Alguém houvera sonhado
Alguém havia sentido
Que o espaço perdido
Nos lampejos teatinos
Regaria um destino
Que atrás por ser império
Pregaria seus mistérios
Ainda sendo menino

A toa nada se faz
Como assim nada se fez
E desde a primeira vez
Num vistaço de autoria
O mundo já se fazia
Como nunca um dia fosse
E o amargo se fez doce
Dando ao céu alegria

E foi dado a estrutura
Por pau a pique cravado
E o pranto choramingando
De quem o via e chorava
Era a pampa que se domava
Embora sendo piquete
Entalhando um Deus ginete
Que de bocal entregava

Difícil de acreditar
Em um sonho de mocidade
Perdoem a desigualdade
Por pensadores miúdos
Os gestos eram graúdos
Sabe bem só quem entangue
Por ele gotas de sangue
Regendo xotes crinudos

E foram tempos de lutas
De guerras interiores
Há bandeira fez suas cores
E na forja iam além
As cunhas ditam também
Que houve muitos galopes
Mas quando iam a trote
Sempre houvera o amém

O relato tão profundo
Que o viver adelgaça
Fica por cinzas e fumaça
Mantida em corações
E também em emoções
Galgando troféus de glória
Cicatrizando a história
De outros tantos brasões

És um herói de tropilhas
E tento dos aporreados
apojo dos desgarrados
Que em ti buscaram afagos
Porque foram renovados
Na fiel conciliação
Se fazendo união
E por um sol emancipados

Parceiro velho maduro
Um orgulho permanente
Trincheira e combatente
Desde o primeiro combate
Se polir o teu quilate
A alma se apega a ternura
Pois não encontras lonjura
Que te afaste do arremate

Tu buscas algo maior
Por ser assim um dos primeiros
E não sendo o derradeiro
Tua grandeza ganha vida
E nesta pátria aguerrida
Que um dia foi aprendiz
Tu mostra a tua raiz
Pela bravura reconhecida

Os anos que tu confessas
Dirias setenta e dois
E o que vira depois
Não te darão o calvário
E sim o centenário
Sendo por ato um luxo
Parabéns o fogão gaúcho
E um feliz aniversário!

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Poema em homenagem aos 72 anos do CTG "O Fogão Gaúcho".

 

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